Cidadania in foco

terça-feira, 8 de julho de 2014

9 de Julho - Revolução Constitucionalista de 1932




Revolução Constitucionalista de 1932
Por Miriam Ilza Santana

A Revolução Constitucionalista de 1932 aconteceu em São Paulo e foi uma insurreição contrária ao novo quadro político que se instaurou no país após a Revolução de 1930.
As elites paulistas, as classes mais favorecidas pelo sistema que vigorou na Primeira República, almejavam, com essa agitação, reaver o domínio político que haviam perdido com a Revolução de 1930. Além deste fato, a demora do governo provisório de Getúlio Vargas em convocar a Assembleia Constituinte suscitava muita insatisfação, especialmente no Estado de São Paulo. No começo do ano de 1932, o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Democrático (PD) lançam uma campanha a favor da Carta Constitucional do país e do término da interferência federal nos estados.
A repercussão popular é grande, o sentimento de patriotismo brota nos corações paulistas, tornando mais forte o ideal de liberdade e a disposição de se lutar por ele. No dia 23 de maio de 1932, durante a realização de um ato político no centro da cidade de São Paulo, a polícia coíbe os manifestantes, ocasionando a morte de quatro estudantes. Em homenagem a esses quatro jovens, o movimento passa a chamar-se MMDC – iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os mortos – e amplia a base de apoio entre a classe média. Em 9 de julho começa a rebelião armada, está deflagrada a Revolução Constitucionalista. Um grande número de civis ingressa espontaneamente no corpo de infantaria e é transferido para as três grandes frentes de batalha, no limite entre Minas Gerais, Paraná e Vale do Paraíba.
O Estado se mobiliza, milhares de pessoas de todas as classes sociais doam pratarias, jóias e alianças para ajudar financeiramente a revolução e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp – incumbiu as empresas brasileiras de fabricar armamento militar. Organizações civis forneciam fardas, auxílio, alimento e ajudavam na inscrição de voluntários. Todo o Estado, unido, trabalhava com garra para a vitória da causa paulista.
Os comandantes militares, Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, no entanto, sabiam que as forças federais eram superiores. Eles contam com a união e a ajuda garantida por outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Mas o apoio não chega, e São Paulo é cercado pelas tropas legalistas. Após ajustes, envolvendo indulto aos rebeldes e facilidades para o exílio dos líderes civis e militares do movimento, os paulistas anunciam sua rendição em 3 de outubro de 1932.


Disponível em : http://www.infoescola.com/historia/revolucao-constitucionalista-de-1932/ às 15H:50 08/07/2014










Os porquês da Revolução Constitucionalista de 1932

Em 1930, uma revolução derrubava o governo dos grandes latifundiários de Minas Gerais e São Paulo. Getúlio Vargas assumia a presidência do Brasil em caráter provisório, mas com amplos poderes. Todas as instituições legislativas foram abolidas, desde o Congresso Nacional até as Câmaras Municipais. Os governadores dos Estados foram depostos. Para suas funções, Vargas nomeou interventores. A política centralizadora de Vargas desagrada às oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo.
As elites políticas do Estado economicamente mais importante sentem-se prejudicadas, e os liberais reivindicam a realização de eleições e o fim do governo provisório. O governo Vargas reconhece oficialmente os sindicatos dos operários, legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas. Em 1932, uma greve mobiliza 200 mil trabalhadores no Estado. Preocupados, empresários e latifundiários de São Paulo se unem contra Vargas
No dia 23 de maio é realizado um comício reivindicando uma nova constituição para o Brasil. O comício termina em conflitos armados. Quatro estudantes morrem:
> Mário Martins de Almeida;
> Euclides Miragaia;
> Dráusio Marcondes de Sousa;
> Antônio Camargo de Andrade
As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, que se transformou no grande símbolo da revolução. Um quinto ferido, o estudante Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu alguns meses depois e, por este motivo, não teve seu nome associado ao movimento. Hoje, algumas pessoas adicionam sua inicial à sigla MMDC, que também é conhecida como MMDCA.
Colar Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos
Em homenagem à pessoa de Alvarenga, e de tantos heróis anônimos que sucumbiram pela causa constitucionalista, o Governador Geraldo Alckmin oficializou, no dia 25 de abril de 2002, através do decreto nº 46.718, a criação da Láurea - Colar Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos, instituída pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba.
O objetivo da medalha é recompensar as personalidades civis, militares e instituições públicas e privadas, que tenham contribuído de alguma forma para a recuperação histórica e a preservação da ordem constitucional e, assim, prestado relevante serviço ao povo paulista para o engrandecimento do Brasil. Em Itu, oito pessoas foram agraciadas.
O Colar Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos traz, no medalhão central, uma cruz, símbolo de sofrimento e martírio, lembrando os heróis de 32, e a inscrição MMDC A, identificando os primeiros mártires da luta paulista, acrescentando o A de Alvarenga e de Anônimos. Traz, ainda, duas espadas cruzadas, indicando a vontade guerreira que marcou aquele momento histórico de São Paulo. As cores da bandeira paulista dão grande significado para a honraria.

Disponível em : http://www.itu.com.br/conteudo/detalhe.asp?cod_conteudo=14454&adm=1 às 15H:50 08/07/2014



Outras fotos do movimento